quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A afirmação do telefone-sem-fio


“E a gente vai à luta
      E conhece a dor
      Consideramos justa
      Toda forma de amor ô ô ô ô ô ôôôô ... Hey!”
(Toda forma de amor, Lulu Santos)

Que atire a primeira pedra quem nunca brincou de telefone sem fio. A “graça” desta brincadeira se dá pelas distorções da qual a mensagem inicial chega ao último participante que se compromete a pronunciá-la. Raríssimas vezes, presenciei cenas onde este último participante foi responsabilizado por ter dito a frase distorcida, ou melhor, torcida. Mas, é comum que cada um se justifique dizendo ter ouvido a frase assim e assado, tirando a culpa de si, entretanto, como é uma brincadeira, todos riem.
Infelizmente, tenho visto essa mesma dinâmica se dar nas relações interpessoais. Com uma diferença significativa, ou seja, nestes relacionamentos a culpa quase sempre recai sobre um sujeito, ou um grupo, sempre há um bode expiatório. Aquele que carregará os erros de todos e será rotulado como um atentado ao bem social.
Ouvi, recentemente, a seguinte frase dita por um jovem: “Agora que eu tenho camisinha eu posso transar.”. Ao contrário de muitos, vou fazer minhas torções e distorções nas teclas de um computador.
Vamos ao contexto em que esta frase foi dita. O jovem em questão, teve como missão produzir um material publicitário sobre HIV/Aids, para tanto, fez-se necessário analisar um material já existente encontrado nos SAEs (Serviços de Análises Especializadas), postos de saúde, ONGs, nas farmácias, enfim, encontrado em “praça pública”. Além disso, visto a grande proporção que o tema HIV/Aids pode tomar, é preciso delimitar o terreno da propaganda definindo um sub tema como, preconceito, tratamento, prevenção, transmissão vertical, e outros. Uma vez feito isso, partiremos a uma pesquisa mais especializada para poder ter autoridade sobre o assunto que vai ser tratado na propaganda e tornar-se capaz de expressar uma opinião sobre, transformado logo após em publicidade. Esta oficina é realizada em uma ONG com um grande trabalho voltado ao tema aids. Andar pelas dependências da instituição e topar com preservativos disponíveis a todos é algo bem comum, além de muitos cartazes sobre a causa.
A frase começa com uma disposição no tempo, “agora” diz respeito a este exato momento, ao hoje, à emergência de fazer, não ontem nem amanhã, mas agora. Certo que, enquanto você lê este texto, o agora passa. Passa a fazer parte do passado, passa a passar. Não assume mais o hoje. Será? Usar a expressão agora anuncia também a disposição para algo, fala de um desejo que AGORA pode ser dito. O que impedia este desejo, não o impede mais, manifesta-se em palavras e não raro em ações.
Nesse caso a autorização se dá pelo porte de um preservativo, este preservará sua saúde, mas não preserva a manifestação do desejo. Ao contrário, faz falar, faz aparecer uma autoridade sobre um poder fazer, ser capaz, sentir-se livre para ser expresso. É nesse caminho que a frase continua com “eu posso transar”.
Portar algo usado em relações sexuais autoriza a transar? Não, necessariamente. Mas, mexe com os desejos. E o que fazer com os desejos? Devem ser atendidos? Devem ser repreendidos? As possibilidades não se esgotam aqui. Mais importante que isso, é reconhecer a autenticidade do desejo e, mais importante ainda, é reconhecer a autoridade de quem fala. Um pequeno parênteses... o jovem é do sexo feminino. Uma vez empenhados em assumir posturas conscientes e críticas, dar voz ao outro e procurar ouvi-lo é um exercício válido. Espera-se que a tal jovem faça realmente o uso do preservativo.
Dia chegará em que todos poderão falar livremente o que pensam sem serem questionados e medidos, a brincadeira telefone sem fio perderá a graça, as manifestações de amor serão plenas e sinceras. Quando esse dia chegar espero não estar mais entre vós.

Um comentário:

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