sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Frases soltas em psicanálise




A psicanálise é uma práxis, um método, e não uma prática que aplica uma teoria.

 
"Eu sou aquele que leu Freud", declara Lacan a Pierre Daix em 1966, por ocasião da publicação dos Escritos.

A psicanálise deve se inventar com as palavras e através dos acontecimentos históricos do momento em que é praticada. Assim, "quem não conseguir alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época" deverá renunciar a exercê-la. Conselho dado por Lacan ao futuro psicanalista. (Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise, in Escritos, trad. Vera Ribeiro, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988, p. 322).

Segundo Lacan, não há diferença entre teoria e prática na psicanálise. Esta é uma práxis, um método. Daí a dificuldade de situá-la no meio dos conhecimentos existentes, pois não se encontra na psicanálise nem a aplicação prática de uma teoria nem um protocolo experimental reprodutível ao idêntico. Contudo, a cada vez em que se ocorre uma cura é uma aventura singular.

"A psicanálise é o tratamento que se espera de um psicanalista." (Situação da psicanálise e formação do psicanalista em 1956, in Escritos, op. cit., p. 461).

"A arte do analista deve consistir em suspender as certezas do sujeito, até que se consumem suas últimas miragens. E é no discurso que se deve escandir a resolução delas." (Função e campo da fala..., in Escritos, op. cit., p. 253.

Do sintoma que é linguagem, o analista se faz decifrador.

A palavra é a morte da coisa, ou seja, é necessário que a coisa desapareça para que a palavra exista. A partir do momento em que é nomeada, ela não é mais.

"Comentar um texto é como fazer uma análise" (LACAN, Jacques. O seminário: livro 1. Os escritos técnicos de Freud, trad. Betty Milan, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1979).

O sujeito antes de falar, é falado.

Não há sujeito sem Outro, pois, como já notamos, é a partir desse Outro que o sujeito se funda.

Lacan define o signo como aquilo que representa alguma coisa para alguém, de outra forma o significante é conceituado como aquilo que representa o sujeito para um outro significante.


Não há formação do analista, mas somente formações do inconsciente.

O psicanalista só se autoriza por ele mesmo.


VANIER. Alain. Lacan; trad. Nícia Adan Bonatti. São Paulo, Estação Liberdade, 2005. 

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